quarta-feira, 25 de maio de 2011

Atividades Educativas desta Semana


A educadora do MCHA e alunos do curso técnico em Meio Ambiente do IFMA durante a atividade de visitação.

Esta semana a educadora do MCHA, Liz Renata Dias, conduziu alunos do curso Técnico em Meio Ambiente do IFMA para uma visita de observação de impactos sobre o patrimônio histórico e natural de Alcântara. A educadora que recentemente concluiu o mestrado em Sustentabilidade de Ecossistemas pela UFMA foi convidada pela professora Daniele Rocha para participar da atividade, a qual foi realizada nas principais áreas de visitação turística da cidade.
Outra ação desenvolvida em parceria entre o Museu Casa Histórica de Alcântara e o Instituto Federal de Educação do Maranhão é o Cine Temático. Trata-se de uma ação educativa proposta pelo MCHA, a qual consiste na exposição de vídeos curtos sobre uma temática específica atrelada a um debate. Priorizando temas sociais com enfoque sobre a cidade de Alcântara, neste mês de maio foi realizada a abertura no dia 12 com o tema “Mercado de Trabalho e Qualificação Profissional” direcionado para o público jovem. A educadora do MCHA, Liz Renata Dias, e a psicóloga do IFMA, Valéria Cardoso promoveram o debate sobre o tema. A Secretaria de Cultura do Município, através do Cine Culturarte, também é parceira do projeto.

Abertura do Cine temático no Cinema municipal.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Semana Nacional de Museus no MCHA - Leitura de Objetos

As ações educativas comandaram a Semana Nacional de Museus na Casa Histórica de Alcântara. De 16 a 20 de maio vários estudantes participaram do projeto Leitura de Objetos, idealizado pela historiadora Circe Bittencourt e adaptado pela equipe educativa do MCHA. A partir da temática “Escravidão”, definida em função da proximidade com o dia 13 de maio (data da abolição da escravatura), foram escolhidos alguns objetos do acervo para desenvolver a atividade, cujo enfoque foi o trabalho, o suplício e as formas de lazer dos escravos. A finalidade dessa proposta é estimular a reflexão, a curiosidade e a criatividade dos alunos, reduzindo o caráter de passividade na observação do patrimônio local. A ação foi dividida em quatro momentos. Inicialmente os alunos eram divididos em grupos para analisarem um objeto a partir de um roteiro de 9 questões previamente definidas. Após a análise, era entregue ao grupo uma imagem para relacionarem o objeto e a figura, potencializando o processo de conhecimento e reflexão. No terceiro momento todos os grupos eram reunidos e apresentavam a leitura realizada sobre o objeto e a imagem. Nesta etapa promovia-se uma discussão e reflexão conjunta. A finalização dava-se com uma produção artística dos alunos sobre o entendimento do que havia sido abordado nas quatro etapas, culminando com a exposição dos trabalhos a partir da próxima semana. Sendo direcionada para estudantes do ensino fundamental maior, participaram desta atividade alunos das escolas John Kennedy e Inácio Viveiros Raposo.

Premiação

Esta semana ocorreu a premiação dos melhores trabalhos de produção textual enfocando o museu Casa Histórica de Alcântara a partir da visita realizada por uma turma do Instituto Federal de Educação do Maranhão de Alcântara na disciplina de língua portuguesa. Seguem os trabalhos de cunho narrativo premiados.
§  "O Casarão: a chegada de Joana e a vingança de Serafina" (Antonino e Raine)
§  "Historiador de Sonhos" (Gelson e Wesley)
§  "Viagem maldita" (Nalisson, Helen Caroline e Fábio)

Semana Nacional de Museus no MCHA - Museu Anfitrião

A Semana Nacional de Museus contou ainda com ações do projeto Museu Anfitrião, cuja finalidade é estimular e ampliar a visitação do público local, trabalhando o museu como espaço de conhecimento. Estudantes do ensino fundamental 1 e professores da escola Caminho das Estrelas conheceram o museu, como etapa do processo de definição e implementação de projetos educativos através da parceria museu escola.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Consumo de água gaseificada

Appareil lhote, porcelana, século XIX
No tradicional Almanaque Laemmert, edição publicada no Rio de Janeiro em 1888, um anúncio gabava as pretensas propriedades medicinais da chamada água de Selters:
"Laemmert & C. são os únicos importadores em diretura do estabelecimento thermal do governo real da Prússia, em Nieders-Selters, de quem tem constantemente em depósito água fresca de Selters, natural e pura como sahe da nascente.
A água de Selters é recommendada pelos primeiros médicos nas moléstias do fígado, dos rins, hemorrhoidaes e hystericas, secreções ourinárias, afecções gástricas e biliosas, escrófulas e flores brancas, tísica, asthma, febre héctica, etc., etc."[1]

O mesmo anúncio alertava os consumidores que não se deixassem enganar, pois somente a água de Selters natural, gaseificada na fonte, seria realmente eficaz:

"A respeito da diferença que existe entre os efeitos da água natural e artificial se lê na obra do célebre Dr. James “Guide pratique aux caux minérales” à pág. 245: Entre a água de Selters natural e artificial nada há de commum senão o nome, e apezar (sic) das pretensões desta última e sua voga, ella nunca passará de um agradável estimulante ao paladar, ao passo que sua rival opera como útil, digestiva, etc."[2]

Sifão, vidro e metal, século XX
A água gaseificada natural foi extraída desde o século XVIII de fontes da região de Nieders-Selters, engarrafada e comercializada por toda a Europa, sempre associada a propriedades terapêuticas. O produto se popularizou com o nome de “Água de Selters” ou “Seltz”.
Mais tarde, descobriu-se um método de produzir artificialmente esse líquido, e passou-se a poder obtê-la no ambiente doméstico, bastando para isso que se possuísse o appareil lhote, recipiente que acondicionava em câmaras separadas duas substâncias específicas (bicarbonato de sódio e ácido tartárico) que, quando misturadas no momento do consumo, produziam por reação química a gaseificação. Esse método foi muito comum até o final do século XIX. Outra forma de consumo do produto era através do sifão, uma garrafa de vidro reforçado, envolvida em malha de ferro, contendo a bebida já gaseificada em alta pressão, que podia ser liberada pelo acionamento de uma válvula na extremidade superior da peça.
Aos poucos, o líquido foi perdendo o caráter medicinal, e passou a ser consumido em conjunto com bebidas alcoólicas, hábito difundido principalmente a partir da Inglaterra.
No acervo do MCHA encontram-se itens relacionados a essas duas formas de consumo da água carbonatada, como se pode ver nas fotos. Acredita-se que estejam relacionados ao uso medicinal, uma vez que, desde a última década do século XIX até meados do seguinte, uma botica funcionou no primeiro pavimento do sobrado que abriga a instituição.



[1] Almanaque Laemmert, edição 1888, pp. 499-500. Todas as edições deste Almanaque estão disponíveis no endereço eletrônico: http://www.crl.edu/brazil
[2] Idem, p. 500.

Fotos: Sylvana Lobo