quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Inventário Museológico

Uma revisão geral do inventário dos bens móveis do Museu Casa Histórica de Alcântara está em execução.
O inventário existente no MCHA, realizado no ano de 2003 sob a coordenação do IPHAN, foi produzido com o uso de métodos e termos que divergem dos, normalmente, adotados no âmbito museológico. Desta forma, aliada à necessidade de inclusão de dezenas de peças, que ainda não passaram pelo processo de inventariamento, tornou-se imperativo o trabalho de revisar completamente o atual inventário, com a aplicação de ajustes e de modificações pertinentes, além do empreendimento de correções e adoção de estudos dirigidos, no intuito de identificar alguns objetos e agrupar as peças dentro de um esquema sistemático de classificação fundamentado pelo uso do “Tesauro para Bens Móveis e Integrados”.
Em uma etapa seqüencial do trabalho estão previstas a elaboração e o preenchimento de fichas catalográficas e o investimento exaustivo em pesquisas, não somente relacionadas à historicidade específica dos próprios objetos mas também aos seus contextos de produção e de suas respectivas correlações históricas.
A amplificação do conhecimento sobre o acervo e a melhoria do sistema organizacional de documentação museológica implicará direta e decisivamente (a curto e médio prazo) na qualidade da exposição do Museu, na amplificação da capacidade de exploração dos objetos do acervo e na melhoria da comunicação estabelecida com o público.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Tesauro para bens móveis e integrados. – Rio de Janeiro: IPHAN, 2006.
Texto: Hélder Luiz Bello de Mello, museólogo do MCHA

Visitantes insólitos

Nossa Casa tem recebido visitantes de várias espécies. A exuberante natureza local, que cerca a cidade de todos os lados, abriga criaturas que às vezes resolvem dar seus passeios nos domínios humanos... E o Museu parece que tem feito parte de seus roteiros.  Um besouro de quase doze centímetros, dotado de uma rígida carapaça com variações da cor marrom, foi encontrado preso num dos filtros de água do início do século XX, item exposto na sala de jantar da Casa. Junto com ele, ou melhor, ela, haviam dezenas de pequenos ovos brancos, depositados no fundo da peça.

Numa pesquisa na internet, descobrimos que ele pertence à espécie Macrodontia cervicornis, que vive na Amazônia, espalhando-se por Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Guianas e Brasil. O besouro chega a medir 17 cm e está na lista internacional de animais ameaçados de extinção, elaborada pela União Mundial para a Natureza, a IUCN (http://www.iucnredlist.org/apps/redlist/details/12591/0) . Sites da internet vendem espécimes deste besouro, como se pode ver no endereço "Insect suply" (http://www.insect-supply.eu/product/id/525,macrodontia-cervicornis-158mm), onde alcança o preço de 120 euros.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ruínas da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis

A Ordem dos Franciscanos já estava presente em Alcântara desde o século XVIII, mas até então asilava-se na Igreja de Santa Quitéria, não possuindo templo próprio. Data de 1811 o despacho que concedeu os recursos aos franciscanos para construir o templo. Sobre a construção em si não há certeza de seu término, segundo parte dos historiadores. Erguida em espessas paredes de pedra e cal (aproximadamente 1,30m), a planta baixa da ruína existente apresenta estrutura de fachada ladeada por dois campanários simétricos, arco cruzeiro monumental e capela-mor de igual envergadura, revelando a pretensão de construção de um grande templo. Na fachada principal, sobre o vão de acesso, encontra-se um frontão de cantaria, com as armas da Ordem trabalhadas em relevo, contendo dois braços entrecruzados – um de Cristo, outro de São Francisco – centrados por uma cruz, simbolizando a Irmandade dos Franciscanos.
Esta ruína deixa exposta informações interessantes sobre os métodos construtivos do século XIX, especialmente as diversas técnicas de abertura e suporte de vão através do uso de arcos portantes. Diversos são os tipos encontrados, tais como o arco pleno, no arco cruzeiro, a verga reta simples, usada em nicho lateral na muralha esquerda da nave, e o impressionante arco abatido composto, visto na parte interna da muralha da fachada, sobre a porta principal. Neste último o aparelhamento intertravado dos tijolos cozidos faz com que a estrutura composta por centenas de peças funcione como uma única e espessa viga, suportando a pesada alvenaria que acima se desenvolveria, permitindo a abertura de vão generoso na fachada principal.
Texto de Ivo Matos Barreto Júnior, arquiteto e urbanista.
Fonte do texto: São Luís Ilha do Maranhão e Alcântara: guia de arquitetura e paisagem. Sevilla: Consejería de Obras Públicas y Transportes, Dirección General de Arquitectura y Vivienda, 2008. p. 376.

Foto: Acervo Fotográfico do Museu Casa Histórica de Alcântara
(DRC)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Apresentação de Projetos Pedagógicos


Os técnicos e a diretora do Museu Casa Histórica de Alcântara participaram hoje do planejamento do IFMA (Instituto Federal do Maranhão), no câmpus local. A educadora da Casa, Liz Renata, apresentou o portfólio de atividades educacionais do Museu aos professores da instituição, buscando desenvolver parcerias pedagógicas.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Entrevista: Sr. Gerson

Realizamos hoje mais uma coleta de depoimento para o projeto de constituição de acervo audiovisual. O entrevistado foi o Sr. Gerson, marceneiro e artesão. Ele falou sobre o processo de construção de tronos, altares e centros de mesa para a Festa do Divino, e também se lembrou de aspectos da vida cotidiana da cidade no passado.   

Ação Educativa - Museu Anfitrião


Recebemos hoje em nossa Casa a visita das crianças e adolescentes participantes do projeto “Colônia de Férias”, citado na postagem anterior. Nessa segunda etapa do trabalho educativo os jovens participaram de uma visita guiada pelo Museu. Contando com a curiosidade natural dos pequenos, exploramos cada ítem do acervo, desenvolvendo conceitos e conhecimentos sobre a história da Casa, dos objetos, dos hábitos sociais do passado, entre outros. Após o circuito houve uma gincana com perguntas relacionadas às informações trabalhadas na palestra e na visita.






terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Atividade educativa na Escola John Kennedy

A equipe do Museu Casa Histórica de Alcântara esteve hoje na escola John Kennedy, a convite dos organizadores do projeto “Colônia de Férias”. Essa iniciativa, desempenhada anualmente pelo Frei Silvino, da Igreja Católica, traz todo ano, na época das férias escolares, crianças e jovens das agrovilas do Município para passarem alguns dias na cidade onde fazem passeios, participam de oficinas e capacitações, entre outras atividades. A educadora da Casa, Liz Renata, promoveu palestra sobre a importância da memória e da preservação, convidando a todos para uma visita a nossa instituição.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Entrevistas: Sr.Moacir e Sr. Antônio

Sr. Moacir
Mais dois depoimentos para o projeto de constituição do Acervo Audiovisual do Museu Casa Histórica de Alcântara foram coletados hoje. Registramos as conversas com Moacir Amorim, 73 anos, coordenador da Festa do Divino e com o Sr. Antônio de Coló, 63, artesão responsável pela confecção dos ornamentos, caixas e altares da mesma Festa. Nativos de Alcântara, ofereceram informações valiosas sobre aspectos da vida cotidiana da cidade no passado. Falou-se também da Festa do Divino, do processo de confecção das caixas e demais equipamentos e ornamentos para o festejo e sobre a tradição das Caixeiras. Mais uma vez o trabalho foi realizado pelos técnicos da Casa, Hélder, Liz e Daniel, e pela equipe da ONG Comunica Alcântara. A diretora do Museu, Karina Costa, que tem feito os contatos prévios com os entrevistados, acompanhou a coleta.     
Sr. Antônio


Hélder, Daniel, Karina, Sr. Moacir e Liz

Hélder, Liz, Daniel, Sr. Antônio e Karina


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Constituição de acervo audiovisual

Iniciamos hoje o trabalho de constituição de um acervo audiovisual no Museu Casa Histórica de Alcântara. Os técnicos Hélder, Liz Renata e Daniel, em conjunto com a equipe da ONG Comunica Flaudinéia, Joice e Hiago, realizaram a primeira entrevista do projeto, que começou com o pé direito: a entrevistada foi Marlene Silva, a Malá, caixeira-mor da cidade de Alcântara, depositária de saberes e memórias valiosos. O objetivo da ação é compor um acervo de entrevistas com pessoas da cidade e região, colaborando na preservação e valorização da memória local. Futuramente, este material será disponibilizado pesquisa ao público.



A partir da esquerda: Flaudineia, Joice, Sra. Marlene e Hiago
 

A partir da esquerda: Daniel, Liz, Sra. Marlene e Helder